segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Forte calor em janeiro deixa setor de HF em alerta


O forte calor que tem ocorrido em boa parte do Brasil tem deixado produtores de frutas e hortaliças em alerta. Historicamente, nos Sul e Sudeste, por exemplo, o mês de janeiro costuma ser bastante chuvoso, mas o cenário tem sido o oposto: a seca predominou durante todo o mês de janeiro, com chuvas mal distribuídas.

Isso ocorre porque há um bloqueio atmosférico que impede o avanço de frentes frias ao País, segundo explicações da Somar Meteorologia. Pelo menos até a primeira quinzena de fevereiro, as temperaturas continuarão elevadas, com chuvas isoladas no Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A previsão é que a umidade aumente apenas na segunda quinzena do mês, mas pouco aliviará o forte calor que predomina desde o início de 2014.

Para as hortaliças, os impactos do forte calor e chuvas insuficientes estão a seguir. Para o tomate, a maturação dos frutos acelerou em janeiro, aumentando a oferta no mercado. Algumas regiões estão em pico de safra de verão, como Itapeva (SP), Caçador e Urubici (SC), Chapada Diamantina (BA) e Reserva (PR). Vale lembrar que Venda Nova do Imigrante (ES) sofreu com enchentes em dezembro, e muitas áreas de tomates foram perdidas.

A batata que tem chegado ao atacado de São Paulo (Ceagesp) está com qualidade baixa por conta da seca, sobretudo as provenientes do Sul de Minas Gerais.

Em São Paulo, produtores de cebola têm relatado problemas para o preparo do solo para o plantio, sobretudo de bulbinhos em Divinolândia e Piedade (SP). Para o melhor preparo do solo, produtores relataram que é necessário usar mais irrigação.

A alface é uma das culturas mais afetadas pelo forte calor, já que são bastante sensíveis. Muitos produtores de São Paulo têm relatado elevada incidência de queima de folhas.

Dentre as frutas que mais foram influenciadas pelo clima, as altas temperaturas têm acelerado a maturação da banana nanica no Vale do Ribeira (SP). A variedade tem amadurecido mais rápido, mas apresentado baixo calibre.

Para o mamão, ainda não houve grandes impactos no Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia, e a colheita segue normalmente. No estado capixaba, áreas de mamão foram perdidas por conta das enchentes, e produtores já estão repondo parte das áreas.

Uma análise mais aprofundada do clima e seu impacto nos hortifrutícolas serão publicados na edição de fevereiro da HF Brasil. Aguarde!

Daiana Braga – Equipe Hortifruti Brasil

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