O El Niño deverá ser intenso neste ano. Segundo meteorologistas do Cptec/Inpe, as medições do aquecimento do Oceano Pacífico estão se comportando de maneira semelhante a 1998, quando a temperatura das águas ficou 5°C acima do normal. O El Niño que está atuando no Brasil pode ser um dos mais intensos das últimas décadas. Neste ano, o Oceano já está 4°C mais quente do que a média. Especialistas acreditam que as temperaturas podem aumentar ainda mais ou pelo menos se manter nos próximos meses. O fenômeno é responsável por intensificar a seca no Nordeste do País e causar chuva em excesso no Sul.
O cenário preocupa melonicultores nordestinos, que costumam intensificar o plantio a partir de setembro para terem volume de fruta suficiente para abastecer os mercados interno e externo para as festas de final de ano. Assim, em meio a este cenário, produtores do Rio Grande do Norte/Ceará poderão reduzir a área destinada ao plantio do melão durante o pico de plantio da nova safra.
Com relação ao Vale do São Francisco (BA/PE), dados da Chesf apresentam nova redução da vazão do Reservatório de Sobradinho, que nesta semana passou a operar com apenas 12,1% de sua capacidade. De acordo com produtores da fruta, a escassez de água ainda não tem atrapalhado a irrigação, de modo que os melões apresentam boa qualidade. Porém, as duas praças já apresentaram reduções significativas da produtividade na parcial deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
Para os produtores de maçã, maleicultores afirmaram que as chuvas no Sul até então não ocasionaram danos aos pomares. Ao contrário, a chuva era desejada durante o período de dormência das macieiras. Em setembro, no entanto, as chuvas podem ocasionar impactos negativos à produção. Isso porque, com as precipitações, as abelhas responsáveis pela polinização não conseguem realizar o transporte dos grãos de pólen, impossibilitando a fecundação das flores.
Daiana Braga – Equipe Hortifruti Brasil
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