segunda-feira, 8 de junho de 2015

Maturação do tomate avança e pressiona cotações


Após um longo período de baixa oferta e altos preços do tomate no mercado, as cotações recuaram quase 38% na última semana frente às da semana anterior, e foi negociado a R$ 40,92/cx 22 kg na Ceagesp.

Este recuo foi consequência do clima mais quente nas lavouras há duas semanas, que regularizou a maturação dos frutos – que estava atrasada por conta da ligeira queda nas temperaturas –, e elevou a oferta de tomate. Além disso, começou na última semana a comercialização do tomate tipo rasteiro no atacado paulistano. Esta variedade possui um preço inferior ao do tipo salada AA, prejudicando, portanto, as vendas.

Para esta semana, há possibilidade de as cotações subirem, pois, segundo produtores, o clima voltou a esfriar um pouco nas lavouras nos últimos dias, atrasando a maturação nas roças paulistas de Mogi Guaçu e Sumaré. Além disso, o mercado tende estar mais aquecido a partir do dia 05, pois como de costume, as vendas melhoram em época de recebimento dos salários.

A Fanta laranja agora é de maçã

Em função da mudança na legislação brasileira na fabricação de bebidas, que reduziu de 10% para 5% o porcentual mínimo de suco de laranja presente em refrigerantes com o sabor desta fruta, empresas têm utilizado como base outros sabores de suco. Dentre eles, o suco de maçã é o favorito, uma vez que seu preço se encontra atrativo no mercado desde o embargo russo à maçã produzida na Polônia, que fez com que os estoques europeus da fruta se elevassem, pressionando as cotações.

Na prática, portanto, a Fanta laranja agora é de maçã! A mudança não é feita somente para a Fanta: outros refrigerantes sabor laranja, como a Sukita e Skin, também reduziram a presença do suco de laranja em suas bebidas. Com isso, estimativas de agentes do setor apontam para a redução da demanda por suco de laranja da ordem de 3,7 milhões de caixas de laranja de 40,8 quilos em todo o País.

Por outro lado, o aumento do porcentual de suco nos néctares de laranja, que passou de 30% para 40% em janeiro deste ano, ajuda a amenizar o quadro negativo para a citricultura. Para produtores de maçã, porém, o cenário é positivo, uma vez que esta mudança na legislação abre portas para novos mercados para o suco de maçã – o mercado interno, atualmente representa entre 10% e 15% para o produto, o que pode aumentar, já que a indústria de refrigerantes no Brasil é de grande importância.

Por Daiana Braga – Equipe Hortifruti Brasil

 

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